terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Primeiro vieram os encantos...

Somos constantemente massacrados por tragédias de toda sorte que esquecemos dos encantos da vida. O encantamento anda escasso no nossos cotidianos, as luzes de Natal encantam os olhos e nos enchem de desejos de consumo, frustrando os corações das alegrias reais. No entanto outros tantos encantos são possíveis e acessíveis.

Quando o assunto é a Amazônia os encantos por lá são muitos. As lendas e mitos são de uma riqueza única, trazem em suas estórias as forças das águas, a magia da floresta e a sabedoria dos povos ancestrais, ao escutá-las viajamos em um mundo de encantamento que tanto bem faz para o corpo e a alma.

A herança imaterial do universo encantado da Amazônia é tão grande quanto o numero de culturas, etnias e povoados que ocupam suas áreas.

Que encanto maior só de pensar que não muito longe de nós, em recanto da maior floresta do mundo sobrevivem seres como no início dos tempos? Eles vivem em total autarcia, total osmose com a natureza, da qual são interdependentes e sem a qual a sua sobrevivência é totalmente impossível. Lembro de uma imagem que marcou meu espírito quando foi veiculada pela NATIONAL GEOGRAPHIC, do indígena sem contato com o homem branco, surpreendido por um helicóptero e que para defender-se desse animal voador ele empunha seu arco e flecha, o que ficou foi a pureza dessa homem amazônico, o encanto de conhecer a sua existência e de lhe imaginar virgem de todo contato humano. foto:Gleison Miranda


Ao pensarmos nesse indígena amazônico não podemos entendê-los a partir das nossas necessidades, o que nos encanta é a enorme diferença entre os nossos dois mundos, eles nos mostram como é possível viver com um mínimo, para não dizer com quase nada.

Olhá-los pelas lentes do nosso mundo é viajar em um tempo remoto naquilo que já fomos. Quantos segredos eles acumulam dos seus conhecimentos empíricos? Quantas aventuras eles enfrentaram em seu cotidiano? Como é fantástico imaginá-los caçando e pescando em um território por enquanto preservado, mas até quando?

Aqui vai um pequeno convite: Deixemo-nos encantar pela Amazônia. É necessário aprender a sentí-la, não somente através do olhar,sem dúvida que vê-la já causa um grande encanto, mas é necessário se deixar invadir pela Amazônia, deixar livre todos os sentidos para poder captá-la, escutar os seus sons e histórias, se deleitar com os seus sabores exóticos e deliciosos, deixar o olfato se impregnar de seus aromas.

E quem sabe se assim, com coração aberto para entender os povos que ali sempre viveram, acordemos para a importancia de preservá-la e com ela tantos encantos.